sábado, 13 de abril de 2013

Clarice Lispector, Facebook e "Aprendendo a Viver".

Clarice Lispector (uma das mulheres mais lindas que o Brasil  já viu) morreu em 1977. Mark Zuckerberg, inventor do Facebook, nasceu em 1984. Um não conheceu o outro.

Mas de alguns anos pra cá, as histórias dos dois se cruzaram. Explico: a rede social inventada por Mark possibilitou o compartilhamento de 835465281290713 (e contando..) frases de efeito de Clarice.

O "Aprendendo a Viver" é uma reunião de crônicas que Lispector escreveu entre 1967 e 1973 ao Jornal do Brasil. Textos curtos e simples, que falam  sobre cotidiano, mar, taxistas, livros, sábados, primavera, filhos, amor. Tudo muito sublime.

Se você quer fazer montagens no Feicibuque com frases de efeito, pode ser uma boa fonte.
Se quer conhecer  a obra de Clarice, o livro é excelente.
Se o objetivo é  pensar sobre a vida em seus pequenos detalhes, não deixe de ler.

Não faltam motivos. Lispector musa.

A minha edição é da Editora Rocco, de 2004.


quarta-feira, 10 de abril de 2013

Foucault e Tropa de Elite

Curte cinema nacional? Então provavelmente você já ouviu falar em Michel Foucault:


Nascido na França em 1926, Foucault é um dos pensadores modernos que mais gosto. Sua obra - que passa por temas como loucura, sistemas penais e sexualidade - aborda microrrelações de poder que, por tão cotidianas, até podem passar despercebidas.

O "Vigiar e Punir", de 1975, foi um dos primeiros livros que comprei na faculdade de Ciências Sociais. Ao longo do texto, Foucault detalha (detalha meeeeesmo... se tiver estômago fraco, é bom estar preparado) a ostentação do suplício - conceito muito utilizado nos primeiro capítulos. A partir daí, o autor estabelece a relação entre os sistemas de punição e o poder do Estado.

Parece uma leitura mais especifica, mas o tema é bem interessante. Vale dar uma olhada e,assistir ao filme de novo e conferir se o discurso do grupo do Matias - nesta época de Tropa de Elite I, ainda  "05" - tem coerência.

"Que as punições em geral e a prisão se originem de uma tecnologia política do corpo, talvez me tenha ensinado mais pelo presente do que pela história"

Olha a capa dele aí:


terça-feira, 9 de abril de 2013

Paixão Pagu


Escritora, comunista, feminista, polêmica e um dos amores de Oswald de Andrade: motivos que me fizeram ler todas - todas - as biografias da Pagu que passaram pelas minhas mãos.

Mas é sempre bom ouvir a versão contada pela própria pessoa.

Em "Paixão Pagu", autobiografia organizada e publicada por seu filho Geraldo Galvão Ferraz, Patrícia Galvão fala sobre Tarsila do Amaral, Modernistas, Oswald, Partido Comunista, felicidade e dor.

"Na nebulosa infância, a sensitiva já procurava a bondade e a beleza. Mas a bondade e a beleza são conceitos do homem. E a menina não encontrava a bondade e beleza onde procurava. Talvez porque já caminhasse fora dos conceitos humanos".

Mais do que um diário, uma parte da História do Brasil.

Alguém aí já leu?



Qual seu preferido?

Se tenho um livro preferido?
"Escolha o seu sonho", de Cecília Meireles.



É tudo muito bonito - começando pelo título, que adoro. Por sorte, ainda tenho uma antiga e já rara edição, que traz um beeeelo desenho na capa.

São 45 crônicas curtas, que falam sobre liberdade, felicidade, solidão, encontros e (claro) sonhos. Com muita doçura e simplicidade (ah, como são ainda mais bonitas as coisas simples!)

"Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (Às vezes, é certo, quebra uma coisa, no seu percurso...)"

Trecho da primeira crônica do livro, "Liberdade". Um dos meus preferidos.

Leitura para todos. Curto e recomendo MUITO.

E você? Tem um livro preferido?



Alô, testando.

Somos o que registramos. Senti vontade de escrever.

E escrever, dizem, é uma forma de se conhecer. Acreditei.

Mas o que eu sou? Mulher, 25 anos, carioca e tricolor. Não necessariamente nessa ordem.

E o que faço aqui na Vida? Trabalho, vou aos jogos do Fluminense, ao mar, ao boxe, planejo, desfaço planejamentos, tenho ideias, descarto todas, me apaixono, me iludo.

Nos intervalos, leio. Leio desesperadamente. Talvez porque aprendi a ler muito cedo, talvez porque, de certa forma, a leitura me lembra que o mundo é muito grande. Sei lá.

Só sei que leio. Leio, logo existo.

E leio tudo - notícias, bulas, gibis, tweets, montagens de Facebook, crônicas, contos, romances, livros de Antropologia, Biografias, jornais esportivos, manuais e até O Pensador do Uol.

Ler liberta. Ler qualquer coisa liberta. (Clarice Lispector ou Caio Fernando Abreu devem ter falado isso também).

E é sobre isso que quero escrever.

Partiu?